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domingo, 12 de dezembro de 2010

Madrugada... apenas uma caneta na mão...

Eu escrevo porque é tudo o que me resta nesta madrugada
Escrevo pois compreendo que estas palavras fazem parte da minha solidão
E a solidão é então minha eterna companheira
Que me torna uma inconsequente desalmada
Com o coração blindado por aço

Esta frieza que acalento agora
Já calejado meu ser de tanto sofrer uma vida inteira
Torna-me então um alguém sem sentido
Mórbido como o silêncio que grita nos meus olhos
Como o peso de cada hora
Como o pulsar de cada mágoa que sufoquei em meu peito

Se minhas mãos já não são mais uma fonte de carinho
Se meu abraço já não pode mais acolher
Se tudo em mim parece ter morrido, menos o corpo que insiste em padecer
Talvez seja porque o que morreu de verdade fora minha esperança
Fora meu amor, meus sonhos, minha vida, meu ser

Eu sei o quanto tentei me amar
O quanto tentei disfarçar o mal que eu poderia causar com minha estranheza
Talvez eu até me amei, me amei mais do que deveria
Que de tanto amor em mim, amei demais a todos
E cada pessoa que amei levou consigo parte de meu coração, da minha certeza
Deixando-me apenas com esta caneta na mão...

29/11/2010, 03:17 a.m.

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