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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Devaneios



Um tempo em vão
Janela de ilusão
Traçando linhas
E letras tão minhas
-não cabem na mão

É a bruma que pesa
A mão que não reza
E o toque perdido
O beijo não sentido
Pela dor que  despreza

O seu cabelo vejo
Entrelaça meu desejo
Seu rosto de rei
Nele me aterei
Esperando por um ensejo

Na morte vivida
Não será mais a partida
Que a minh’alma esfriará
E em meu leito tomará
Teu calor, minha vida

Gélida chama no olhar
E fulgor como um mar
Que arrasta com ferocidade
Animalesco - e invade
Meu ser -  que já não pode respirar...
Tany ~29/09/2011~

Nota: Devaneio, pois foi assim que este poema surgiu. Dedico esta escrita ao meu querido e talentosíssimo amigo Régis, de quem sinto muita saudade e a quem muitas vezes devo a inspiração.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Indagando o Nada

Por que tem que ser do seu jeito? Hein?
Lembra como tentei lutar?
Mas não teve como,
Por que, a mim, você escolheu?
Justo nesse momento da minha vida!
Olha só como és covarde,
Aproveitou que eu estava sozinho
E me pegou desprevenido.
Eu tinha uma jornada a seguir, sabia? Lógico que sabia!
Mas como uma foice, cortou...
Cortou a linha da minha caminhada.
Prazer é o que você sente?
Ou um vício? Porque, você faz isso todos os dias, concorda?
E para onde está me levando?
Por que não troca nenhuma palavra comigo?
.........................
Pare, por favor, não tem como fazermos um trato?
Uma negociação?
Por que justo EU? Eu...
Por que estou preso em correntes? Eu não te fiz nada!
Sou um homem trabalhador, tenho família e uma religião.
Ahhhh...
Eu só queria entender o porquê meu Deus!
Eu nem desconfiava que você iria aparecer
Aliás, você não avisa ninguém, concorda?
Não entra nem pela porta da frente, e também não bate palmas.
Mas quando vem, nunca sai de mãos vazias...


Só queria entender isso...
Só isso, ceifador das almas!

~Jonas Vieira~20/09/2011

Nota: O texto acima é de autoria de um amigo que admiro muito, Jonas Vieira, que através de um 'monólogo' com a morte, denominada Nada, traz à tona a reflexão sobre a concepção de um momento crucial e inevitável na vida de todos nós. Uns acreditam na vida após a morte, outros que acabaremos em pó. O fato é que, indagando as mais profundas crenças podemos nos despir de conceitos de conforto, de ideias que nos são impostas para não temermos esse tão mórbido momento. Descentraliza, também, o ser humano, o único que tem consciência do ato da morte, e o coloca para encarar sua zona de conforto, num despertar repentino para uma realidade esmagante: ele, como a sua vida, suas crenças e sua morte são nada. ~Tany~

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ode à nostalgia

É a saudade do não-vivido
A dor no meu peito
De dias e sóis que a mim não brilharam
Noites e lágrimas sem sentido
Que diversas vezes alagaram meu leito
E de outrora ainda não se dissiparam

Carrego no espírito mancha negra de solidão
Numa lúdica amnésia de um sorriso
E já não irradiam mais meus dentes a luz branca
Subentendida como a dor em questão
E d'onde não mais preciso
Desponta-me da maneira mais franca

Essa estranha dilaceração carnal
Provocada pelo declínio da alma
Acinzentando a mente que se desfaz
Em pedaços que numa fúria animal
Sob a humanidade perde a calma
E queria sentir - não mais!

 Tany - 13/09/11


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Da alma e da fé - o animalesco pensar

Os olhos da percepção cada vez mais aguçados
Notando mais que sentindo
Sentindo o necessário para não ser engolida pelos brados
Da falsa e infiel sentimentalização
Severo e rígido castigo humano
Denotando à alma seu dano

Reze, reze ao teu santo de cabeceira
Pedindo para livrar-te da maldição da vida
Que esta, criastes e iludistes de insanidades
Procurando afastar tudo que te afligira
Esqueceste de teu corpo, tua animalidade
Agora crês que é uma alma perdida.

Tany - 23/08/2011

quinta-feira, 8 de setembro de 2011


       Olhando pra lua num comecinho de noite, onde nem todas as luzes se foram, observo seu brilho e penso em sua magnitude. Não a veem do mesmo jeito os animais ou as plantas, não a contemplam com a mesma profundidade pois acreditam que a verão para sempre. Já meus olhos a fitam como um provável adeus, carregando uma saudade e uma admiração insegura. Sei que ela estará ali amanhã ou daqui a dez anos, mas não tenho certeza se poderei vê-la outra vez. E a beleza se torna mais recôndita à medida em que a incerteza aumenta: pelo amanhã que não notará minha ausência, pela lua que não deixará de brilhar a outros olhos...

Sep. 07, 2011 by Tany

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