Deixo livre
minh’álma discorrer sobre seu lamento
Não sei por
quantas vezes mais, não me lembro quantas vezes antes
Tua
insensatez me fizera desesperar!
É como se
cada desencanto sobre sua humanidade
Fizesse de
mim gélida também
E tão fria
está essa noite, e de onde sinto mais frio já não sei
Se de seu
ser, se de meus olhos, se do negro vão que deixaste em meu mundo...
Dói-me os
olhos pelo cansaço da misericórdia que não tive
Pelo
sentimento entalado, preso sob minha derme.
De tanta
incerteza, agora, já não sei se falo de dor
Hesito!
Hesito...
Penso
novamente, há algo intragável no ar
Quanto tenho
que dividi-lo contigo, simplesmente para viver
Este não é o
mesmo ar – que um dia fora – o que me enternecia
É apenas o
sopro vazio de teu corpo... opaco, espesso, contínuo, imutável.
Como não
percebera outrora?... AHH!
De minha
essência é que te nutrias
Tomavas de
mim... sordidamente me iludias!
Torno em
crer que minhas pálpebras não se abriram
A cegueira
ainda estava aqui até o momento
Deficiência
lúdica que te vê como nada
Tardou tanto
para ser diagnosticada
Como se pode
afirmar cura?
Pois seu nome, sua lembrança e meu estúpido sentimento
Continuam (e continuarão) escondidos nessas pautas...
Tany - 17/06/2017